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Sociedade Fenícia - Estrutura Social e Política

A Fenícia era formada por um conjunto de cidades-Estado autônomas. Cada cidade tinha um governo independentes, exercido pelos membros da classe aristocrática, composta por ricos comerciantes, armadores e artesãos. De modo geral, o chefe do governo era um rei, cuja função transmitia-se por hereditariedade. Mas a autoridade do rei não era absoluta. Ele a exercia em sintonia com a elite aristocrática da qual saiam os membros de um conselho de anciãos e de magistrados, conhecidos como sufetas. 

Freqüentemente, as cidades fenícias entravam em guerra, disputando entre si novos mercados para seus produtos. Algumas dessas cidades pagavam tributos a povos estrangeiros, para receber, em troca, segurança e tranqüilidade contra os seus rivais do comércio. 

Nenhuma cidade fenícia era suficientemente poderosa para impor completamente dominação sobre as demais. No entanto, podemos identificar, em períodos diferentes, cidades mais importantes do que outras. 

Desde meados do III milênio a.C., Biblos destacava-se pelo seu movimentado porto comercial, tendo estabelecido relações de comércio com Chipre, Egito e Creta. Por volta da metade do II milênio a.C., Sidon conquistou grande prestígio marítimo e comercial, tornando-se famosa pela exportação de tecidos de púrpura, perfumes, jóias e vasos. Finalmente, do século X ao século VIII a.C., Tiro alcançou a preponderância econômica da Fenícia, comerciando com diversas localidades do Mediterrâneo. Deve-se à cidade de Tiro a fundação da importante colônia de Cartago, no norte da África. 

Na maioria das cidades fenícias a posição social dos indivíduos estava diretamente ligada à sua condição econômica e ao papel que desempenhavam. A classe dominante era composta pelos empresários (comerciantes marítimos, donos das oficinas de artesanato, negociantes de escravos) e pelos funcionários e sacerdotes a serviço do poder real. Vinha, a seguir, uma classe composta pelos trabalhadores livres (artesãos, pescadores, camponeses, marinheiros) e pelos pequenos proprietários de comércio. A parcela social mais oprimida era composta pelos escravos domésticos e marinheiros pobres. 

No século VIII a.C., as cidades fenícias foram submetidas pelos assírios. Em 586 a.C., foram conquistadas pelos novos babilônios, com exceção da cidade de Tiro. Somente em 332 a.C., Alexandre Magno, da Macedônia, conquistou plenamente a Fenícia. 

- A organização social 

Como o comércio era a atividade econômica mais importante, a sociedade fenícia dividia-se de acordo com a riqueza. Veja no quadro abaixo. 

Os sacerdotes, funcionários e mercadores controlavam a administração das cidades-estados e o comércio exterior. Os trabalhadores livres eram pequenos comerciantes, artesãos, marinheiros, pescadores e camponeses. Os escravos eram pouco numerosos, sendo utilizados em serviços domésticos.

Curiosidades: ADN dos fenícios está nos genes dos portugueses

Não se sabe muito sobre os fenícios, um povo navegador do leste do Mediterrâneo, durante um milênio, até serem conquistados pelos romanos. Mas um novo método de análise genética revela que deixaram a sua marca genética em muitos povos mediterrânicos — e os portugueses estão entre os que mais se podem gabar de ter a marca fenícia no seu ADN:

Um em cada 17 homens que hoje vivem nas costas do Norte de África e no sul da Europa podem ter tido um antepassado fenício, que tinha como ponto de partida o actual Líbano, conclui um estudo publicado na revista científica American Journal of Human Genetics.

Os cientistas do "Genographic Project" (que estuda a forma como a humanidade se espalhou pelo planeta) identificaram um padrão genético associado à expansão dos fenícios, tal como as fontes históricas a revelam. Depois, estudaram o cromossoma Y de 1330 homens nesses locais, para verificar a frequência desse padrão. 

Assim, descobriram os locais da bacia do Mediterrâneo onde é mais provável haver descendentes masculinos dos fenícios. As zonas mais perto do litoral, e também a costa atlântica portuguesa, estão entre as que têm mais descendentes dos fenícios.

Religião Fenícia

A religião dos fenícios era politeísta e antropomórfica. 
Os fenícios conservaram os antigos deuses tradicionais dos povos semitas: as divindades terrestres e celestes, comuns a todos os povos da Ásia antiga. Assinale-se, como fato estranho, que não deram maior importância às divindades do mar. 

Cada cidade tinha seu deus, Baal (senhor), associado muitas vezes a uma entidade feminina - Baalit. O Baal de Sidon era Eshmun (deus da saúde). Biblos adorava Adônis (deus da vegetação), cujo culto se associava ao de Ashtart (a caldéia Ihstar; a grega Astartéia), deusa dos bens terrestres, do amor e da primavera, da fecundidade e da alegria. Em Tiro rendia-se culto a Melcart e Tanit. 

Para aplacar a ira dos deuses sacrificavam-se animais. E, às vezes, realizavam-se terríveis sacrifícios humanos. Queimavam-se, inclusive, os próprios filhos. Em algumas ocasiões, 200 recém-nascidos foram lançados, ao mesmo tempo, ao fogo - enquanto as mães assistiam, impassíveis, ao sacrifício.

Os Fenícios

Vídeo sobre os fenícios para melhor compreensão sobre estes povos.


Curiosidades dos fenícios

    1. Os fenícios criaram um corante que podia tingir roupas. Púrpura, até hoje não se sabe qual é a composição do corante
    2. Os primeiros a descobrirem como se produz vidro transparente foram os fenícios
    3. Nos portos de Tiro e Biblos, alguns fenícios vendiam seus filhos para servirem de escravos...
    4. Após dominarem o comércio Mediterrâneo, fundaram colônias no norte da África, em Cartago, e a Costa Africana, em Cádiz.

    Fenícios: O alfabeto

    Os fenícios criaram o alfabeto com 22 símbolos, sendo somente consoantes.

    Onde os fenícios se situavam?

    Os fenícios ocupavam uma estreita faixa situada entre o litoral mediterrâneo e as montanhas do atual Líbano, Síria e Israel.